segunda-feira, 4 de julho de 2011

Conclusão


Notamos a ausência da escola na solução dos conflitos entre os alunos, onde a mesma não toma como prioridade o cultivo da paz.

É importantíssimo que se dê voz aos alunos, que eles sejam estimulados a formular opiniões e propostas e que as mesmas sejam valorizadas.

A escola deve sim, interferir nos problemas em que seus alunos se envolvem, ajudá-los e, assim, conquistar o respeito deles.

Há uma relação de poder historicamente construída isso torna a escola um lugar fechado para críticas, sugestões, exposições de pensamento. “Este contexto gera resistências e reações subjetivas nos alunos, que precisam ser compreendidos, e não reprimidos”.

A escola é um local propício às manifestações de resistência, por se tratar de um local que se coloca diante de seus alunos como um obstáculo a ser superado e não como um espaço prazeroso de captação de aprendizado e desenvolvimento humano.

“O que não pode mais acontecer é a escola ignorá-la (a violência), ou tentar usar métodos arcaicos como a simples suspensão ou expulsão dos alunos que praticam atos violentos”.

O problema deve ser tratado de uma forma ampla:



Conscientização da responsabilidade da sociedade e da família na formação dos seus filhos. Esta deve vivenciar o amor no seu dia-a-dia, através, principalmente, das ações e das palavras.

A escola precisa discutir sempre a violência, não só no momento em que ocorre algum caso violento.
Deve abrir espaço para discussão do que é responsabilidade dos pais e da escola.
- Criação de empregos (sustentação dos de baixa renda, culto do consumismo).
  • - Projetos para redução de consumo de drogas (implicações na saúde)


  • - “É pelo estreitamento das relações humanas que a escola vai superar os conflitos e promover a cultura de paz, como já o fizeram escolas com histórico de violência e que hoje comemoraram a superação” (ROSA, Sadi Nunes).

Fatores que colaboram para a promoção da violência escolar


  • Desagregação familiar que impossibilita que as crianças recebam amor e carinho no âmbito da família;
  • Violência dentro de casa;
  • A baixa auto-estima;
  • A falta de “limites”, com relação aos seus atos;
  • Crescente processo de exclusão;
  • Televisão, que de acordo com AQUINO (2000) é onde “está reunido o maior potencial de influência sobre o comportamento da criança e do adolescente”;
  • Falta de comprometimento do professor com os alunos;
  • Falta de integração entre a família e a escola;
  • A deficiente situação financeira em que vivem grande parte dos menores;
  • Ausência do diálogo como fator de resolução de conflitos;
  • Distanciamento entre as pessoas, entre outros.

Discussão:


Família x Escola
ØQuando ocorre briga no colégio, alguns pais comparecem na escola para saber o que ocorreu, tem aqueles que culpam a escola e a responsabiliza pela educação de seu próprios filhos, outros ameaçam professores, e ainda há aqueles que influenciam os filhos a resolverem seu problemas agredindo fisicamente seu desafeto.



Principal causa da violência na escola CEM 04
ØInveja;
ØNamoro (Ex-namorada x Atual)

Escola/professores diante da violência no âmbito escolar
ØA escola em questão não interfere tanto em discussões entre os alunos, e apenas em casos onde há agressão física os alunos envolvidos em brigas em um raio de 300 metros da escola são expulsos. Todos concordaram que o diálogo pode resolver os conflitos interpessoais. Porém a ajuda psicológica não é buscada pelos alunos, mas se for oferecida pode ser que aceitem.




Agressão física/verbal/moral

ØUma das alunas relatou que praticou agressão física após muito tempo de provocação da parte de outra aluna.
ØFoi relatado, que uma aluna (que não estava presente na discussão) possui algumas limitações emocionais, sofre bullying por parte de alguns alunos e de uma professora com “piadinhas”.

Massacre de Realengo
ØApós o massacre de Realengo os alunos relataram não sentirem medo de ir á escola no dia seguinte. Apesar de não se sentirem seguros na escola. Disseram que após esse episódio a escola não tomou nenhuma atitude para proteção dos alunos. Contaram um caso onde um aluno assaltou outro fora da escola e o que foi roubado acabou pedindo transferência após descobrir que o assaltante estudava na mesma sala de sua escola.
ØOs alunos concordaram que o assassino de Realengo sofreu bullying na infância e isso colaborou para sua atitude. Alguns (como brincadeira) identificaram no dia após a chacina, alunos que futuramente poderiam fazer o mesmo que o assassino. O que demonstra que eles reconhecem que a exclusão e discriminação de pessoas na fase da adolescência podem gerar graves problemas no futuro.












Por que a escolha de adolescentes?

É esse o momento da vida em que nos deparamos com as mais novas experiências, inseguranças em relação ao futuro, rompimento dos laços de dependência e proteção, busca do amadurecimento emocional, algumas vezes, profundas carências afetivas, o que gera pouco preparo para enfrentar mudanças emocionais e físicas.

A Psicologia do Desenvolvimento considera que inúmeros fatores influenciam a adolescência e acabam afetando as cadeias de relações dos adolescentes.

Em 1950, essa fase passou a ser considerada não como uma crise mas como um estado, como um modo de ser.

Metodologia

A pesquisa usará a técnica grupo focal de abordagem qualitativa e não-diretiva. Serão recrutados 3 adolescentes do sexo masculino e 6 do sexo feminino todos cursando o 2º ano do ensino médio, que estudam no Centro de Ensino Médio 04 da Ceilândia, cidade satélite de Brasília.

Será feita uma reunião com duração de uma hora e meia a duas horas, onde serão discutidos tópicos relacionados à prática de violência no ambiente escolar e suas possíveis causas. Para isso o mediador da discussão, que será um dos pesquisadores, terá em mãos um roteiro estruturado com 12 questões abertas para mediar o debate.

Os resultados serão analisados pelo grupo de pesquisadores com base em artigos selecionados que tratam do tema. De forma a refutar ou confirmar teorias e levantar hipóteses sobre as causas do ato de violência nas escolas.

Sobre o blog e as autoras:

Somos Amanda Costa Silva, Fernanda M. S. Lopes, Jéssica Béda e Lorena de Melo Santos, alunas da Universidade de Brasília - Faculdade de Ceilândia. Este blog foi criado como uma ferramenta da disciplina Pesquisa Social em Saúde para expor nosso trabalho, o qual trata-se de um grupo focal sobre a violência escolar com os alunos do Centro de Ensino Médio 04 - Ceilândia - DF.


Objetivo geral

Analisar as causas que levam à violência dentro das escolas entre alunos com idades entre 15 e 18 anos.

Objetivo especifico

Buscar possíveis significações dadas à prática de violência, entre adolescentes, no âmbito escolar como forma de resolução de conflitos.